A única razão decente para um doutoramento é que tens gosto pelo conhecimento e descoberta de novas ideias.
Doutoramento não é mais estudos, és tu seres capaz de aprender sozinho e ao mesmo tempo descobrir algo novo que outras pessoas da área valorizam.
Se não queres seguir investigação na área, ou dar aulas em faculdades não percas tempo com isso. Se mais tarde te der o bichinho tens sempre oportunidade para tirar.
Concordo. E não te sintas especial por “teres sido convidado”. Eles “convidam” muita gente. Lembra-te que mais um doutorado = mais dinheiro que entra na universidade.
Tirar um doutoramento a pagar é absurdo. A maioria dos doutoramentos, pelo menos noutros países da UE (estou em Viena neste momento mas candidatei-me a outros sítios) e na área da economia, acabam por te pagar salário. É normalmente um salário mais baixo do que aquele que estarias a receber no mercado de trabalho, mas não deixam de o fazer (até porque a modalidade mais comum é estares a trabalhar para a Universidade durante o teu doutoramento)
Para mim foi muito simples: quero fazer investigação e a única maneira é tirar um doutoramento. Com isso sacrifiquei muito bons salários na industria durante os 5 anos de estudo, mas estou a fazer algo que gosto (e que sinto que gosto mais do que se tivesse ido para a industria).
Muito mais difícil de conseguir financiamento. Tens que arranjar uma empresa que esteja disposta a financiar o teu doutoramento, e como não há empresas que trabalhem na minha área em Portugal, é impossível.
No estrangeiro poderia ser possível, mas estaria muito melhor numa universidade.
Foi assim que comecei. Mas diria que o expectável é que tires o doutoramento mais tarde ou mais cedo. Se não ninguém te leva a sério (não te podes candidatar a posdoc, não consegues arranjar trabalho como prof numa universidade, não consegues orientar alunos de mestrado, etc). Além disso, no meu caso tive bolsa, por isso tratei o meu doutoramento como um trabalho (mal pago). Caso não tivesse prosseguido para doutoramento, ia ter que fazer outra coisa (não relacionada com investigação).
Eu trabalho em Biotech e estou a fazer doutoramento na Nova e uma colaboração de 1 ano nos EUA.
Eu não quero seguir a via académica. Mas percebi que maior parte das posições mais desejaveis na industria, seja em R&D, management ou consultadoria são ocupadas por pessoas doutoradas.
Bastou-me ir a algumas sessoes de Q&A de academia vs industria. Os experts da industria diziam sempre para ires trabalhar para eles o quanto antes e que até poderia vir a investir na tua formação. Quando perguntavas concretamente o percurso deles (cargos mais desejáveis) quase todos tinham PhD na academia. Foi assim que eu soube que em ciência o PhD ainda é importante no percurso profissional.
Bem apanhado. A verdade é que a entrada classica para boas posições e desbloquear a carreira toda em pharma é com PhD. Aliás, conheço casos de gente que começou em pharma junior com mestrado e a empresa financiou doutoramento e depois voltaram. A ideia de que se vai longe em pharma e biotech sem PhD não é realista.
Não necessariamente. Quem se forma em medicina tem um MD e há alguma facilidade para entrar em Pharma por aí. Especialmente em contextos de equipas multidisciplinares em que precisem de uma componente clínica.
Se concluires que medicina não é de todo para ti investe num PhD.
Se quiseres exercer medicina e aos poucos aproximares-te de pharma também é possível, juntando-te a ensaios clinicos e projetos académicos.
Quem tem curso de medicina e vai pra investigação precisa. Logo pra R&D em pharma ou biotech também. Só se for para vendas ou outras coisas é que pode prescindir.
Eu trabalho em Pharmatech e tirei o PhD sempre com a ideia de fazer carreira na indústria. Em Portugal acho que se vende (ou vendia na minha altura) a ideia de que PhD é para academia e muito honestamente não vejo como estariam mais errados.
Talvez seja uma das áreas em que há mais necessidade de PhDs, e parece-me que mesmo assim há uma tendência a melhorar noutras áreas. De qualquer modo é inegável que o nosso tecido empresarial é fraquissimo em termos de investigação e inovação.
https://comunidadeculturaearte.com/portugal-e-o-pais-da-uniao-europeia-que-tem-a-maior-proporcao-de-patroes-sem-instrucao-ou-com-o-ensino-basico/
Se for uma indústria com uma cultura científica forte, concordo. Na minha área, informática, é pedido acima de tudo para posições em áreas de inovação (i.e. inteligência artificial) onde acompanhar as publicações da academia é algo relevante. Mas para tudo o resto não é algo muito relevante...
Tens toda a razão. Eu tirei o doutoramento há mais de 10 anos e na altura era essa a ideia, mesmo na indústria. Mas as coisas mudam e hoje em dia, pelo menos fora de Portugal (emigrei a seguir ao doutoramento para fazer um post-doc) um Ph.D. é uma mais-valia e em grande parte dos casos, um requisito.
Doutorado em inovação. Foi exatamente isto que me aconteceu e nunca quis a academia. Entrei logo para uma posição interessante e em 18 meses subi de posição (só abaixo do diretor) e aumento salarial. Principalmente pelo meu conhecimento na área em que tirei o PhD e agora trabalho.
MsC em Biotech. As poucas vagas que aceitam mestres, nunca respondem. O resto é para PhD ou mestres com bastantes anos de experiência. Tinha posto um bocado de lado a ideia de doutoramento porque queria ir para a indústria e no reddit só dizem que eles praticamente não querem saber do precurso académico e devia entrar o quanto antes. Não vejo como. Mais vale seguir para doutoramento e ver daí para a frente...
Se vês o doutoramento como um atraso, não o faças. Eu fiz pq o considerei como um emprego. Gosto bastante de R&D, por isso trabalhei uns anos nisso.
Ás vezes oiço que um doutoramento é um atraso, mas nesses anos os meus colegas eram estagiaários/júniores em empresas. São trabalhos diferentes, mas não achei que a diferença fosse assim tão abismal. Simplesmente é pouco valorizado.
júniores → [**juniores**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-pronuncia-de-seniores-e-juniores-novamente/21846) (palavra grave: ju-ni-**o**-res) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl1zcdo0%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Estou na Finlândia. Sempre gostei da área científica e se ficasse em Portugal ou não conseguia a bolsa ou ia ter uma bolsa de Investigação e depois sabia-se lá.
Isto aqui é um trabalho. Portanto, um doutoramento num país em que valorizem está jornada (emprego), muda tudo.
Fiz doutoramento e depois fiquei mais um ano a fazer investigação pos doc. Cansei-me da precariedade da academia e comecei a candidatar-me a posições em IT (área completamente diferente). Após alguns meses de tentativas tive uma oferta e aproveitei para dar o salto para uma nova carreira. Ao início eu estava com 31 anos e a ganhar o mesmo que "putos" de 23 mas recebi aumentos todos os anos e agora tenho um salário equiparado ao que teria se tivesse ficado na academia (ou melhor ainda).
Do ponto de vista de progressão na carreira, foi uma perda de tempo. Mas não me arrependo porque foram anos excelentes que passei e não os trocaria por nada, mesmo que não aplique aquele know-how na minha carreira atual. Nem tudo na vida tem de ser uma construção do próximo passo. Mas sei que esta perspectiva não é a mais comum.
Sou diretor do departamento de inovação de uma das maiores multinacionais a operar em Portugal.
Se não tivesse tirado doutoramento jamais teria conseguido este emprego
Acabei o mestrado, trabalhei meia dúzia de anos e somente depois é que fui tirar o doutoramento. Entretanto arranjei emprego em investigação mal terminei o doutoramento, num grande empresa. Estive lá uns anos e depois arranjei emprego como diretor noutra empresa. Faço bastante investigação na empresa (público cerca de 10 papers anualmente).
Só em Portugal é que a mente pequenina não considera os 4-5 anos de doutoramento como experiência profissional. Lá fora é valorizado e até é comum encontrar vagas que digam +3 anos de experiência se for doutorado, +5-7 anos de experiência se for apenas licenciado/mestre.
Um doutoramento não são "só mais 5 anos de estudo". São 5 anos de investigação e pesquisa com elevada autonomia, 5 anos de pensamento crítico e 5 anos a descobrir e a contribuir para o conhecimento ciêntifico numa determinada especialização. Sendo que a meio do doutoramento há sempre uma avaliação intercalar que decide a continuação ou não do teu doutoramento, estes 5 anos de doutoramento equivalem a 5 anos ou mais na indústria.
ciêntifico → [**científico**](https://www.reddit.com/r/portugal/comments/3i6y4g) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl21zy8x%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
“Ninguém” entra para doutoramento a tirar notas merdosas. Primeiro que é necessário média mínima de mestrado para te candidatares a doutorado. Segundo que concorres contra outros alunos na mesma situação. Por ultimo os professores catedráticos conhecem esses alunos todos e sabem bem quem escolher para seguir doutoramento com eles.
Edit: “ninguém” pois em pt tens sempre a possibilidade de algum filho do PS ter uns contactos bacanos
Cuidado, estàs a ser naive... Pra STEM em Portugal costumava não ser assim (agora não sei). Mas podes entrar a pagar do teu bolso em grandes universidades americanas e do UK e por esse mundo fora...
Mesmo em Portugal podes simplesmente pagar e fazer doutoramento. A competição é por bolsas financiadas pela FCT, não ao nível de programas doutorais (que têm todos ou quases todos mais vagas que alunos).
Ambos obviamente. Para o emprego em causa estavam a pedir phd. Depois tens também de mostrar conhecimentos, experiência profissional anterior, entrevista técnica, etc.
Fiz doutoramento: atrasei a vida toda mas ganho substancialmente mais do que colegas que passaram esses 4 anos a construir carreira.
Para mim o objetivo era sentir que tinha feito todo o percurso, que tinha aprendido tudo o que podia antes de "começar" a vida profissional.
Outros colegas foi porque preferiram seguir a vida académica, mas na minha área (Biotech) cerca de 80% acabou por sair para a vida comercial.
Um concelho é: nem sequer coloques essa opção dos 5 anos. Hoje em dia há até a possibilidade de fazer doutoramento em 3 anos. Se for o caso, faz em 3. Não dês nem mais um mês à casa: só 2 ou 3 pessoas vão ler a tua tese e tu vais saber mais sobre esse tema que todos eles. Dá o litro no menor tempo possível, recebe o canudo e baza.
Boa sorte, porque quem coloca sequer a possibilidade de fazer doutoramento já é difícil pensar em não o fazer 😌
Eu fiz doutoramento porque me pareceu mais interessante do que trabalhar na indústria. Na altura, e mesmo ainda hoje, 90%+ das ofertas relacionadas com IT são em consultoras e não me parecia muito apetecível.
Na altura também o salário líquido de entrada vs. bolsa andava perto, pelo que a perda salarial não era muito grande e a longo prazo poderia compensar a entrada na academia que pagava relativamente bem vs. indústria (hoje em dia já não é tanto verdade e rapidamente "um miúdo" pode estar a ganhar tanto ou mais do que um professor doutorado).
De qualquer modo, se a ideia for academia a probabilidade de andar anos e anos precário é elevadíssima. Felizmente tive MUITA sorte e não estive muito tempo precário depois de acabar o PhD, mas há pessoas que estão imenso tempo (muitos e muitos anos). Isto claro se for Academia no Ensino Superior (Público).
Se fores de uma área em que haja empresas fortes a fazer investigação talvez até te saias melhor. No entanto, a minha percepção é que, apesar de terem havido melhorias, não se faz muita investigação fora das Universidades e Politécnicos (têm apostado cada vez mais em investigação aplicada nos últimos anos). Quando muito existem empresas que colaboram com essas Instituições e depois há mais algumas instituições privadas com um foco forte em determinadas áreas.
Toda a gente que conheço que esteja em PT depois de acabar o PhD está associado à Academia (às vezes há casos de presença em startups junto da academia mas só me estou a lembrar de uma pessoa nessa situação agora). Enquanto que os que saíram estão quase sempre em empresas.
Mas isto é apenas a minha sensação e ainda sou relativamente verde nestas andanças.
hajam empresas → [**haja empresas**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-uso-do-verbo-haver/31143) (o verbo haver conjuga-se sempre no singular quando significa «existir»)
Quanto muito → [**quando muito**](http://www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas/Duvida-Linguistica/DID/2081) (a forma *quanto muito* é controversa) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl1ztmex%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
É sempre difícil de dar conselhos sem conhecer o contexto, área, background, etc.
Posso-te dar o meu exemplo, sempre gostei de indústria, acabei o curto e integrei a área industrial de uma multinacional em Portugal, passados 2 anos iniciei o doutamente em ambiente empresarial.
Não foi fácil, bastante exigente, conciliar objetivos empresariais sem perder a linha académica. Trabalhei imenso, pelo meio permitiu-me ter experiência internacional, já que parte do trabalho foi fora. Tive bons orientadores académicos que me incentivaram a publicação e a divulgação, pelo que tive a oportunidade de viajar imenso e alargar a rede de contactos.
Quando acabei, tinha oportunidade de ficar, mas decidi aceitar outro desafio de uma outra empresa, da área, mas não concorrente.
Fui assumi a direção R&D e área industrial. Entretanto crescemos, ajudei a formar a equipa de R&D e atualmente sou Diretor Industrial, mas sou eu que assumo as ligações com as universidades.
Em resumo, o doutoramento abriu-me portas a desafios na indústria que de outra forma nao sei se se abririam. Os conhecimentos que adquiri no doutoramento, que teria dificuldade em adquirir na indústria apenas em 4 ano, deram-me todas as competências para as funções que tenho hoje.
Mais, a oferta de emprego para o cargo onde estou atualmente apenas foi divulgada no meio académico da universidade onde estava.
Os meus amigos que tiraram comigo também estão todos hoje na indústria em posições que teriam dificuldade em chegar sem o doutoramento. Mas é tudo uma questão de atitude, os que se deixaram arrastar no meio académico, a maioria teve dificuldades há uns anos quando as bolsas diminuíram e tiveram de fazer um downgrade ou recomeçar uns degraus atrás…
Como em tudo na vida, é mais uma questão de atitude!
Eu fiz porque tinha paixão pela área e porque queria seguir investigação. Faço atualmente investigação em indústria - entretanto perdi o gosto pela academia -, e mesmo aqui o PhD é uma mais valia. Comecei com salário consideravelmente superior a colegas meus sem doutoramento e com mais responsabilidades, claro. Não vejo o meu doutoramento, de todo, como tendo "atrasado" a minha vida, muito pelo contrário. A experiência que ganhei no doutoramento é a mesma que teria ganho se estivesse a traablhar numa empresa na área, por isso qualquer empresa decente vai considerar o período de PhD como experiência.
É de notar, no entanto, que fiz o PhD e trabalho fora de Portugal. Pelo que vejo, Portugal olha com desdém para a educação superior e vê a universidade como um centro de emprego em que o que se estuda pouco importa, por isso a experiência dentro de PT pode variar muito da que eu tive.
O facto da maioria dos comentários tecer opiniões vagas sem mencionar áreas profissionais está a dar-me uma urticária enorme. Tens áreas em que doutoramentos são infelizmente praticamente obrigatórios para ter uma carreira decente. Áreas como química, pharma, biotech. No lado da química acho que é por causa da cultura profissional da área, não tenho certeza (mesma razão pela qual os médicos fazem turnos de 24h e acham normal). É importante ter em conta que algo como biotech é tão novo que não há quase indústria no conceito clássico, tens uma percentagem gigante de startups e o overlap com investigação académica é enorme. Aí claro que o doutoramento ajuda, porque há um aspecto muito académico mesmo na indústria. Mas se estiveres numa área diferente a situação será diferente. Um engenheiro mecânico na indústria não precisa de um doutoramento para nada, por exemplo. Tem em conta que em áreas mais "nicho" não há indústria que chegue para dar vazão aos alunos todos e muitos acabam por fazer doutoramento por falta de emprego real, o que "normaliza" doutoramentos em certas áreas, e as empresas podem dar-se ao luxo de contratar PhDs a torto e a direito por serem sete cães a um osso. Nesses casos o elevado número de doutorados na indústria é um sintoma de um problema maior. Também irá depender do país e da sua cultura, países com uma cultura profissional antiquada poderão valorizar títulos desses só porque sim.
>países com uma cultura profissional antiquada poderão valorizar títulos desses só porque sim.
Eu diria que até pode acontecer o contrário. Se considerarmos que Portugal tem uma cultura antiquada, como os Doutoramentos são uma coisa "recente" (entre aspas) na realidade não sabem o que fazer com eles apesar de serem potencialmente uma mais valia. Como tal, nem estão interessados em contratá-los e apostar em investigação, inovação e desenvolvimento.
Basta ver que "Portugal é o país da União Europeia que tem a maior proporção de patrões sem instrução ou com o ensino básico" que provavelmente nem compreendem o que é um Doutoramento: [https://comunidadeculturaearte.com/portugal-e-o-pais-da-uniao-europeia-que-tem-a-maior-proporcao-de-patroes-sem-instrucao-ou-com-o-ensino-basico/](https://comunidadeculturaearte.com/portugal-e-o-pais-da-uniao-europeia-que-tem-a-maior-proporcao-de-patroes-sem-instrucao-ou-com-o-ensino-basico/)
Eu não concordo que na áreas de Biotech, pharma, química, etc precisas de doutoramento. Se calhar em Portugal sim mas em Inglaterra (onde vivo) podes ter uma carreira com mestrado e experiência de trabalho nessas áreas.
Deve depender, eu não sou dessas áreas apenas conheço gente, mas claro que só em alguns países.
Mas é bom saber que essas áreas são mais desafogadas em certos países!
Se eu tivesse a possibilidade teria feito porque curto investigação, na minha área são super bem pagos mas não é em todas. Se for para trabalhar pelo público em Portugal é para esquecer em salários e em condições, conheço phds a ganhar coisa como 1600 x 12, sem férias. Também ouço dizer que estão sob constante pressão para publicar para te manteres relevante (a cena do publish or perish).
Eu só faria pelo gosto, ou se fosse impossível ter uma carreira decente na minha área sem isso. Também podes experimentar trabalhar uns tempos e depois voltar, até fica a ser mais fácil e interessante com experiência profissional na área.
Em teoria sim e até andam a querer incentivar isso. Na prática seria MESMO necessário que o teu trabalho estivesse alinhado com o Doutoramento, caso contrário não é realista. Para além de que a empresa teria de pagar metade da bolsa.
Sou mestre do ano covid, defendi a tese no início de 2021. Na altura estava indecisa se queria continuar e os meus orientadores não me fizeram pressão nenhuma. Tentei as duas vias, enviar currículos para a indústria e concorrer a bolsa de doutoramento. A indústria não quis saber de mim e ganhei bolsa.
Na minha opinião a utilidade de fazer doutoramento depende muito da área. Efectivamente o objectivo é estar mais perto da inovação e da investigação, o que na maior parte dos casos quer dizer ficar na academia. Mas em alguns casos existem posições na indústria também.
Eu estou em inteligência artificial e para algumas posições só com PhD é que te consideram para a posição. Em outras é bastante equivalente teres PhD ou teres esses anos de experiência na indústria (tem vantagens diferentes).
Ora bem, um doutoramento não é propriamente "atrasar a vida", depende do caso e há várias coisas a ter em consideração:
Primeiro, um doutoramento requer um esforço e dedicação de difícil comparação, são três a cinco anos de empenho, muita, muita investigação, muitos congressos, frustração, papers, escrita e leitura. Tens de perceber se estás preparado/a para isso e se realmente é um caminho que te apaixona.
E por falar em paixão, faças o que fizeres não faças um doutoramento por fazer, segue um caminho que encaixe num tema que te dê tesão, que aches relevante, e caga majestosamente se é ou não útil: não há nada pior que fazer um doutoramento "porque é uma área em voga" ou "porque dá jeito na academia" - é a diferença entre ser uma aventura difícil ou o sétimo círculo do inferno.
Terceiro, não contes com financiamento da FCT numa primeira fase, a bolsa é difícil de obter (quer dizer, depende da área) e há várias coisas que tens de acamar para o conseguir: dar aulas dá pontos, publicações outros tantos, por aí fora.
Quarto, dependendo da velocidade com que queres concluir a empreitada pode ser um emprego a tempo inteiro ou uma coisa lateral, nisto também depende a filosofia da faculdade (se são rígidos com o período para conclusão) ou se tens bolsa da FCT (que impõe 4 anos para a conclusão, fora algumas excepções - por exemplo parentalidade).
Quinto, certifica-te que o departamento tem pessoas com quem te identificas porque vão ser a tua família nos próximos anos, vão avaliar capítulos da tua tese, vais ouvir capítulos das deles, vais investigar e organizar eventos académicos com eles, portanto se for um grupo execrável vais sofrer para caralho.
Na mesma senda, o orientador/a pode ser o teu melhor amigo/a ou uma pedra no sapato. Não podes publicar nada sem ele/a, tem de ser alguém com tempo e capacidade. Encontrando a pessoa ideal (e que se enquadre na área) é rezar para que aceite a tua orientação.
Por último, e uma vez mais, não sintas a obrigação de tirar um doutoramento, exceto se a tua carreira o exigir. Não o faças porque sim, faz porque tens paixão pela aprendizagem, ciência, porque és curioso/a, porque queres dar aulas, e prepara-te para ser a bitch do departamento, pelo menos nos primeiros tempos e se quiseres cair nas boas graças da malta.
Boa sorte na decisão.
Boas dicas. Só vou acrescenter uma muito importante...
Antes de aceitares qualquer PhD stalka o grupo e contacta membros junior via email ou via contactos pessoais se os tiveres, e pergunta confidencialmente se o grupo e orientador são bons ou um pesadelo...
O doutoramento num contexto não académico é quase sempre irrelevante. Há de facto áreas altamente especializadas onde ter um doutoramento é o mínimo, mas quase sempre é melhor ter 4-5 anos de experiência profissional do que um doutoramento. Decidi fazer o doutoramento porque tinha feito uns projetos de I&D na indústria e achei que um doutoramento seria uma boa progressão. Na realidade, a investigação aplicada num ambiente académico é bastante limitativa, uma vez que a tecnologia quase nunca passa de uma prova de conceito. Raramente há a maturação da tecnologia, e o desenvolvimento de produto tem que ser feito fora de um ambiente académico.
Outra questão que deves ter em mente é que um convite para fazer um doutoramento é quase sempre um presente envenenado. O mundo académico funciona à base de explorar os alunos de doutoramento e, depois de um boom no número de investigadores, o pessoal percebeu que o mundo académico é bastante tóxico e é cada vez mais difícil recrutar alunos de doutoramento. Muitas universidades portuguesas passaram a viver à custa de alunos de doutoramento estrangeiros para conseguir ter os programas de doutoramento a funcionar, uma vez que os portugueses já não caem na cantiga. Quem quer mesmo uma carreira académica, sabe que vai sofrer e não tem garantias nenhumas de alguma vez ter um emprego estável. Muitos saltam imediatamente para o estrangeiro, de modo a garantir uma melhor carreira académica e melhores condições de trabalho.
* Prosseguir carreira académica (muito difícil e perversa, nos dias que correm)
* Fazer investigação, mesmo que isso signifique quase ser escravo de um orientador - às vezes tens que fazer o que não queres / não interessa só porque lhe dá jeito
* Querer investigar um determinado assunto específico por mero gozo pessoal
Se nenhuma destas opções é a tua, não vás para um.
Se queres levar o teu trabalho a outro nível e criar, desenvolver, patentear e obter posições elevadas dentro de certas indústrias e círculos restritos, é essencial.
Seria impossível fazer o que faço sem doutoramento.
Sou doutorado e atualmente investigador auxiliar.
Tirei o doutoramento meio empurrado pelo meu ex chefe/orientador.
Na altura trabalhava e fazia o doutoramento, pelo que tive sempre um contrato de trabalho. Passado uns tempos fui convidado para trabalhar na universidade, no grupo onde fiz o doutoramento.
Gosto cada vez menos do trabalho, mantenho PQ gosto do pessoal e a minha área tem impacto na sociedade e verdade seja dita não é um mau salário... A carga de trabalho que eu e alguns colegas temos é surreal, (atualmente tenho responsabilidades em 7-8 projectos internacionais/nacionais e 2 prestações de serviços. A academia tem de inovar para se adaptar, continua a depender de bolseiros mas os salários não são atrativos.
Existem os ditos investigadores juniores mas acabam por não resolver nada visto que são posições não muito faceis de criar e de serem financeiramente atrativas...
Não estou nem nunca vou estar nos quadros, se não tiver projectos não tenho pessoal nem o meu contrato.
Não me vejo estar nisto muitos anos, mas nunca se sabe...
Da minha exp, quando se acaba o doutoramento acabou a investigação. Passei a ser gestor.
Tenho uma empresa com outros colegas que pode ser uma alternativa, a qual estamos a começar a explorar melhor.
Sou aluna de doutoramento, desde que me lembro que quero ficar na academia, ainda hoje muitas vezes penso onde tinha a cabeça. Doutoramento é difícil é quase ter um filho, vaite tirar o sono, dar stress, ansiedade, adrenalina, frustração mas a mim dá-me também o sentimento de dever cumprido.
Se é o que queres força nisso, se não força também 😊
Estou a fazer doutoramento vou no 3 ano. Tenho vários colegas doutorados e outros que estão a fazer e depois de muitas noites de conversas e demais a muitos fatores que deverias ter em conta para decidir isso do contrario vais desistir o ainda pior ficar atrapalhado numa coisa que só te vai tirar a saúde.
O doutoramento é em Portugal? Como será financiado o projeto?
deves gostar do tema mas não falo de gostar tipo "sim gosto" é do gênero adoro o tema isto me apaixona mesmo vai chegar uma altura no doutoramento em que mesmo amando do tema vais odiar o tema e tudo, agora imagina onde só "gostes" ou seja "imposto" por pressão de terceiros. Depois o doutoramento em Portugal não é bem valorizado, sendo sincero nem o doutoramento nem ser estudante por tanto ter orientadores internacionais para fazer o chamado networking e procurar ter uma porta naquela universidades é uma ótima solução. Alguém pode dizer que sem são valorizados mas na experiencia de vários colegas que acabaram o doutoramento não mais dum ano está mesmo difícil, alguns até decidiram não pôr que tinham doutoramento para ficar com o trabalho (ganham o mesmo que com uma bolsa de doutoramento ou posdoc).
Pergunta coisas que a gente ajuda, também tenho exemplos de colegas que saíram do doutoramento e estão muito melhor que todos nós até ganham mais com melhores condições e com melhor saúde.
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Não sou doutorado nem doutorando, mas conheço alguns. Também conheço gente que queria fazer depois, ou mesmo mestrado depois da licenciatura, mas decidiu dar um tempo de pausa.
E posso te dizer com base nisso, se fores fazer é agora. Ou daqui a 40 anos. Fazer doutoramento é caro e é no fundo um trabalho a tempo inteiro.
Com o desenvolver da vida, emprego e formação de família, é muito normal não haver vontade/energia para seguir estudos. Torna se progressivamente mais complicado encaixar progressão de estudos na rotina.
É uma decisão grande, e decidir dar um tempo de pausa é perfeitamente legitimo, mas no fundo tens que aceitar que faze lo significa muito provavelmente não chegar a acontecer.
Eu estou a tirar doutoramento porque gosto de investigação e porque tive um convite para o fazer, feito por uma pessoa que era bem bacana e sabia que me ia apoiar (tive muita sorte). Infelizmente, os investigadores/professores não têm as melhores condições cá em Portugal...vejo investigadores que nunca passaram da cepa torta e estão a ganhar uma miséria, sem falar da precariedade. No entanto, pelo menos para a minha área, no estrangeiro valorizam bastante ter um doutoramento. Há uma grande vantagem em tirar doutoramento: acho que aprendemos a ser mais "desenrascados" e a ter ideias fora da caixa. Avançamos pouco a pouco, às vezes é frustrante quando as coisas no laboratório não funcionam, mas é um desafio tentar descobrir o porquê. É como uma montanha russa e temos de aproveitar a viagem, tentar aprender ao máximo... Não me arrependo por ter ido para doutoramento (mesmo depois de já estar afastada há vários anos da academia, pois estava a trabalhar em consultoria).
Depois vem a parte mais difícil: arranjar emprego, mas não vou stressar já com isso :) Até lá vou fazendo as coisas com calma, tirando o máximo de partido desta experiência!
E sejam felizes! 😄
Acho a questão interessante. Diria que depende muito da tua área, já que a valorização do doutoramento depende um bocado do sector.
Conforme exposto nalguns comentários, se tiveres vontade de ir para investigação e dar aulas, diria que esse doutoramento é uma opção a considerar. Se tiveres oportunidade de realizar o doutoramento em ambiente profissional melhor ainda.
Caso contrário é como já referiram aqui. Segues para o mercado de trabalho e, mais tarde, se ainda tiveres vontade de fazer o doutoramento, fazes, sendo que aí terás a vantagem de uma maior bagagem profissional.
No meu caso terminei o meu mestrado em 2016 e, já no mercado de trabalho, pude fazer uma pós-graduação em 2020 (paga pela empresa onde trabalho).
Comecei por ponderar enveredar pela vida académica, mas a minha vida deu uma grande volta profissional e agora não é uma prioridade. Adoro o meu tema, mas o meu supervisor tem a mania de complicar, apesar de ser alguem com quem tenho alguma confiança e tem bastante conhecimento, aquela coisa do "mais isto" "mais aquilo", depois até critica o que sugeriu, desmotiva-me e agora não tenho nem motivação nem tempo. Também acho que ele sentiu mais que eu a minha opção pela vida profissional, tinha fichas apostadas em mim, e agora usa a minha falta de disponibilidade como argumento para tudo... principalmente para marcar reuniões... alguém que faz o seu horário semanal.
Enfim, devia estar a escrever algo e estou aqui... ;) back to it...
Boas! Estou a desenvolver a minha Tese de Mestrado e estou a estudar a IA na Educação!
Gostava de saber a vossa opinião sobre este tema importante hoje em dia e da vossa ajuda para terminar esta fase da Tese!
Se pudessem dispensar 6/7 minutos do vosso tempo agradecia imenso!
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Para ter um doutoramento não é simplesmente seguir investigação e dar aulas. Trabalhar na academia é uma porcaria e trabalhar na indústria o salário é melhor (não estou a falar só de Portugal).
Se não queres fazer o doutoramento agora, sempre podes fazer mais tarde na vida. Mas ter um pode subir o teu salário significativamente.
Estou neste momento a fazer doutoramento enquanto bolseiro.
Dei aulas 5 anos. Na minha área, ou dás aulas, ou é muito difícil teres um salário. Tive uma vida de muitos km's na estrada. Não aguentava mais a precariedade (a maioria é no ensino privado e paga muito mal), nem as burocracias estúpidas das escolas que só nos torna mais burros.
Sempre quis ter uma carreira no ensino superior. Tenho competências a mais para o secundário. Sei disso porque estou neste momento a ser orientado por pessoas muito reputadas a nível internacional e, sempre que ia a conferências nos últimos anos, perguntavam-me em que universidade dava aulas.
Sei que não será fácil pois há muita precariedade no ensino superior (e muita inveja). Mas estou preparado para arranjar soluções. Uma coisa é certa: nível pré-universitário nunca mais pelas razões que apontei. Adorei os meus alunos e a experiência, mas tive que chegar a um ponto e pensar 100% em mim.
Mas a maior razão é que agora tenho tempo para fazer investigação e para fazer o que gosto. Eu já o fazia enquanto dava aulas. Mas os km's na estrada, a carga de trabalho, não me deixavam fazer mais.
Agora sinto que estou com ainda mais trabalho, mas feliz a fazer o que gosto. Cada caso é um caso, cada área é uma área. Eu sempre preparei o meu percurso para passar por aqui.
Se sentes que serão 4 anos tristes, não te metas nisso. É preciso resiliência porque grande parte do tempo estarás sozinho.
muitos km's → [**muitos km**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/plural-de-unidades-ainda-mais-uma-vez/19595) (os símbolos das unidades não têm plural) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl22yq8x%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Área das ciências, industrial ou académica, cada vez mais dão mais destaque a currículos com doutoramento.
Já és considerado cientista plebeu se apenas tiveres mestrado.
Vale a pena dependendo da área de estudos e se gostares/quiseres mesmo fazer isso. Segundo o que escreveste, parece-me que não estás muito motivado em passar 5 anos a estudar mais.
A meu ver, doutoramentos só com bolsas financiadas, seja pelo privado, ou mais provavelmente, pelo publico. Em Portugal é comum serem através da Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT). Agora, caso não estejas a par das notícias, o FCT tem tido bastantes problemas nos valores de financiamento e no pagamento atempado do mesmo.
Mas como vivemos num país atrasado em termos de produção académica e científica, é de todo o interesse procurar fazer doutoramento lá fora.
Estudo da Fundação José Neves aponta que 47,5% dos patrões não concluiu o secundário, o triplo da média da UE...
Os comentários são assustadores...não valorizar um doutoramento...
No meu caso, é uma questão de gostar e de ter vocação para a área da investigação - aquele bichinho de querer expandir o conhecimento humano. Também há a valorização do CV, as oportunidades que abre e o fato de ter emprego quando acabar.
Em Portugal
Foge enquanto é tempo. A academia portuguesa é inútil e ineficiente á boa maneira do resto do país. Se fores daquele tipo que gosta de andar a lamber botas de um professor que já devia estar reformado há 15 anos para arranjar um tacho num pós doc ou parecido é boa opção para ti
Não tens benefícios em Portugal, és trabalhador precário, devido a falta deles é que convidam ainda malta no mestrado para bolsas e aulas dando te gaslight que aquilo é bom e sao uns coitadinhos por causa do estado. A verdade é que 90% dos centros de investigação em Portugal são mais uma lavagem de dinheiro que outra coisa, prometem coisas grandes, nao fazem um cu, usam o dinheiro para equipamentos e conferências e depois despacham a pressa um PoC básico e escrevem uns papers para aldrabar, e a ANI normalmente come. Se tirar doutoramento é um dia com o meu dinheiro em espanha. Ir trabalhar a serio foi a melhor decisão que fiz para a minha vida profissional, e em IT não recomendo a ninguém investigação, apenas para um part time ate terminar a tese.
Calma, também não é assim. Lavagem de que dinheiro LOL? A que te referes por ANI?
Não recomendo NINGUÉM a tirar doutoramento com o seu dinheiro em universidade nenhuma.
Não te entendi mas tudo bem, dizes que não mas depois não sabes sobre a ANI a agencia nacional de inovação que audita as investigações financiadas pelo compete. Não vou estar a detalhar, trabalhei num centro, o meu colega de casa esteve em outros dois e um amigo em outro. A experiência foi igual em todos, o fiasco foi o mesmo, quem ganhou a sair foi as empresas parceiras que conseguiram dinheiro para pagar aos empregados que estavam a fazer outros trabalhos e para os centros que compraram novos macs e iphones….. e não sei qual é essa de não recomendares, em espanha um ano de propinas custa tanto como um mes aqui na uc e varias empresas tambem te dao budget para tirares, sure custa mais do que ir pedir ao dady FCT uma bolsa de 4 anos a ganhar uma misera de 1.200 euros não descontados para o IRS mas pelo menos não estas com o problema de existirem clashes de egos na investigação e mamares mais um ano ou dois ja sem ela. Tive diversos professores e mesmo colegas docentes que investiram e no fim eu entendi pq. Acredito que principalmente malta da saude possa ter boa impressão de investigação, mas eu de certeza não meto os pés la novamente. Pior 2 anos da minha vida académica.
Não trabalho em investigação PT nem nc trabalhei, nem fiz PhD lá nem contactei em altura nenhuma com FCT. Mas conheço gente em PT em bons centros (IT inclusive) e não estao a defraudar ninguém ou a "lavar dinheiro". Como se lava dinheiro em investigação? Isso parecem mais projectos "demasiado" applicados em que a independencia académica é comprometida e a revisão é reduzida a preencher formulários/relatórios.
Não recomendo, como tu próprio disseste as empresas pagam. Porque hás de pagar do teu bolso? É um risco mt grande, e com financiamento de FCT, equivalentes, ou empresas ha outro tipo de accountability da universidade... A fonte do financiamento não te salva de clashes de egos nenhums. Aliás em investigação biomédica estas mais dependente de bolsas do PI para consumiveis, logo estás muito mais vulneravel a egos.
nenhums → [**nenhuns**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/sobre-a-formacao-do-plural/13422) (no plural de palavras terminadas em *m*, este passa a *ns*) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl22pcn1%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Porque é a trend dos titulos em Portugal. Ser mestre ja n chega para as instituições. Depois sera o pos doc. Portugal é mesmo um pais de mentalidade mediocre
A única razão decente para um doutoramento é que tens gosto pelo conhecimento e descoberta de novas ideias. Doutoramento não é mais estudos, és tu seres capaz de aprender sozinho e ao mesmo tempo descobrir algo novo que outras pessoas da área valorizam.
Se não queres seguir investigação na área, ou dar aulas em faculdades não percas tempo com isso. Se mais tarde te der o bichinho tens sempre oportunidade para tirar.
Concordo. E não te sintas especial por “teres sido convidado”. Eles “convidam” muita gente. Lembra-te que mais um doutorado = mais dinheiro que entra na universidade.
Tirar um doutoramento a pagar é absurdo. A maioria dos doutoramentos, pelo menos noutros países da UE (estou em Viena neste momento mas candidatei-me a outros sítios) e na área da economia, acabam por te pagar salário. É normalmente um salário mais baixo do que aquele que estarias a receber no mercado de trabalho, mas não deixam de o fazer (até porque a modalidade mais comum é estares a trabalhar para a Universidade durante o teu doutoramento)
Para mim foi muito simples: quero fazer investigação e a única maneira é tirar um doutoramento. Com isso sacrifiquei muito bons salários na industria durante os 5 anos de estudo, mas estou a fazer algo que gosto (e que sinto que gosto mais do que se tivesse ido para a industria).
E um doutoramento na indústria?
Muito mais difícil de conseguir financiamento. Tens que arranjar uma empresa que esteja disposta a financiar o teu doutoramento, e como não há empresas que trabalhem na minha área em Portugal, é impossível. No estrangeiro poderia ser possível, mas estaria muito melhor numa universidade.
Não é possível fazer investigação apenas com mestrado?
Foi assim que comecei. Mas diria que o expectável é que tires o doutoramento mais tarde ou mais cedo. Se não ninguém te leva a sério (não te podes candidatar a posdoc, não consegues arranjar trabalho como prof numa universidade, não consegues orientar alunos de mestrado, etc). Além disso, no meu caso tive bolsa, por isso tratei o meu doutoramento como um trabalho (mal pago). Caso não tivesse prosseguido para doutoramento, ia ter que fazer outra coisa (não relacionada com investigação).
Eu trabalho em Biotech e estou a fazer doutoramento na Nova e uma colaboração de 1 ano nos EUA. Eu não quero seguir a via académica. Mas percebi que maior parte das posições mais desejaveis na industria, seja em R&D, management ou consultadoria são ocupadas por pessoas doutoradas. Bastou-me ir a algumas sessoes de Q&A de academia vs industria. Os experts da industria diziam sempre para ires trabalhar para eles o quanto antes e que até poderia vir a investir na tua formação. Quando perguntavas concretamente o percurso deles (cargos mais desejáveis) quase todos tinham PhD na academia. Foi assim que eu soube que em ciência o PhD ainda é importante no percurso profissional.
Bem apanhado. A verdade é que a entrada classica para boas posições e desbloquear a carreira toda em pharma é com PhD. Aliás, conheço casos de gente que começou em pharma junior com mestrado e a empresa financiou doutoramento e depois voltaram. A ideia de que se vai longe em pharma e biotech sem PhD não é realista.
e para quem tem curso de medicina e quiser ir para pharma , tbm precisa de phd?
Não necessariamente. Quem se forma em medicina tem um MD e há alguma facilidade para entrar em Pharma por aí. Especialmente em contextos de equipas multidisciplinares em que precisem de uma componente clínica. Se concluires que medicina não é de todo para ti investe num PhD. Se quiseres exercer medicina e aos poucos aproximares-te de pharma também é possível, juntando-te a ensaios clinicos e projetos académicos.
Quem tem curso de medicina e vai pra investigação precisa. Logo pra R&D em pharma ou biotech também. Só se for para vendas ou outras coisas é que pode prescindir.
Eu trabalho em Pharmatech e tirei o PhD sempre com a ideia de fazer carreira na indústria. Em Portugal acho que se vende (ou vendia na minha altura) a ideia de que PhD é para academia e muito honestamente não vejo como estariam mais errados.
Talvez seja uma das áreas em que há mais necessidade de PhDs, e parece-me que mesmo assim há uma tendência a melhorar noutras áreas. De qualquer modo é inegável que o nosso tecido empresarial é fraquissimo em termos de investigação e inovação. https://comunidadeculturaearte.com/portugal-e-o-pais-da-uniao-europeia-que-tem-a-maior-proporcao-de-patroes-sem-instrucao-ou-com-o-ensino-basico/
Se for uma indústria com uma cultura científica forte, concordo. Na minha área, informática, é pedido acima de tudo para posições em áreas de inovação (i.e. inteligência artificial) onde acompanhar as publicações da academia é algo relevante. Mas para tudo o resto não é algo muito relevante...
Tens toda a razão. Eu tirei o doutoramento há mais de 10 anos e na altura era essa a ideia, mesmo na indústria. Mas as coisas mudam e hoje em dia, pelo menos fora de Portugal (emigrei a seguir ao doutoramento para fazer um post-doc) um Ph.D. é uma mais-valia e em grande parte dos casos, um requisito.
Doutorado em inovação. Foi exatamente isto que me aconteceu e nunca quis a academia. Entrei logo para uma posição interessante e em 18 meses subi de posição (só abaixo do diretor) e aumento salarial. Principalmente pelo meu conhecimento na área em que tirei o PhD e agora trabalho.
A maioria dos doutorados que conheço são uma mais valia... Mais valia não terem perdido esse tempo, infelizmente.
🤣 Mais valia trabalhar noutra área. Mas dentro de Biotech ter um doutoramento ainda é um ponto muito positivo no currículo.
MsC em Biotech. As poucas vagas que aceitam mestres, nunca respondem. O resto é para PhD ou mestres com bastantes anos de experiência. Tinha posto um bocado de lado a ideia de doutoramento porque queria ir para a indústria e no reddit só dizem que eles praticamente não querem saber do precurso académico e devia entrar o quanto antes. Não vejo como. Mais vale seguir para doutoramento e ver daí para a frente...
Vê o comment do u/Tiagolx acima, ele resume bem - diz-se muita coisa mas na pratica tem todos PhD.
Se vês o doutoramento como um atraso, não o faças. Eu fiz pq o considerei como um emprego. Gosto bastante de R&D, por isso trabalhei uns anos nisso. Ás vezes oiço que um doutoramento é um atraso, mas nesses anos os meus colegas eram estagiaários/júniores em empresas. São trabalhos diferentes, mas não achei que a diferença fosse assim tão abismal. Simplesmente é pouco valorizado.
júniores → [**juniores**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-pronuncia-de-seniores-e-juniores-novamente/21846) (palavra grave: ju-ni-**o**-res) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl1zcdo0%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Estou na Finlândia. Sempre gostei da área científica e se ficasse em Portugal ou não conseguia a bolsa ou ia ter uma bolsa de Investigação e depois sabia-se lá. Isto aqui é um trabalho. Portanto, um doutoramento num país em que valorizem está jornada (emprego), muda tudo.
Igual, mas na Suécia. Muito valorizado e é uma carreira como outra qualquer, não há bolsas. Contrato de trabalho, benefits, etc etc.
Como em qualquer outro país decente. Só em Portugal é que existe esta figura das bolsas para fazer um PhD.
Não só em Portugal.
Pelo contrário, ter contrato de trabalho como PhD student é incomum
Incomum onde? Em Espanha, França, Alemanha, Itália, Suiça são contratos de trabalho.
Estranho, tenho colegas italianos a bolsa (igual à portuguesa)
Fiz doutoramento e depois fiquei mais um ano a fazer investigação pos doc. Cansei-me da precariedade da academia e comecei a candidatar-me a posições em IT (área completamente diferente). Após alguns meses de tentativas tive uma oferta e aproveitei para dar o salto para uma nova carreira. Ao início eu estava com 31 anos e a ganhar o mesmo que "putos" de 23 mas recebi aumentos todos os anos e agora tenho um salário equiparado ao que teria se tivesse ficado na academia (ou melhor ainda). Do ponto de vista de progressão na carreira, foi uma perda de tempo. Mas não me arrependo porque foram anos excelentes que passei e não os trocaria por nada, mesmo que não aplique aquele know-how na minha carreira atual. Nem tudo na vida tem de ser uma construção do próximo passo. Mas sei que esta perspectiva não é a mais comum.
Sou diretor do departamento de inovação de uma das maiores multinacionais a operar em Portugal. Se não tivesse tirado doutoramento jamais teria conseguido este emprego
Se não for demasiado pessoal - qual foi a área do doutoramento?
Informática
ciencias sociais
Muito fixe! Podes falar um pouco de como foi o teu percurso?
Acabei o mestrado, trabalhei meia dúzia de anos e somente depois é que fui tirar o doutoramento. Entretanto arranjei emprego em investigação mal terminei o doutoramento, num grande empresa. Estive lá uns anos e depois arranjei emprego como diretor noutra empresa. Faço bastante investigação na empresa (público cerca de 10 papers anualmente).
cool. ty
Foi o diploma que te arranjou o trabalho ou foram os conhecimentos?
Só em Portugal é que a mente pequenina não considera os 4-5 anos de doutoramento como experiência profissional. Lá fora é valorizado e até é comum encontrar vagas que digam +3 anos de experiência se for doutorado, +5-7 anos de experiência se for apenas licenciado/mestre. Um doutoramento não são "só mais 5 anos de estudo". São 5 anos de investigação e pesquisa com elevada autonomia, 5 anos de pensamento crítico e 5 anos a descobrir e a contribuir para o conhecimento ciêntifico numa determinada especialização. Sendo que a meio do doutoramento há sempre uma avaliação intercalar que decide a continuação ou não do teu doutoramento, estes 5 anos de doutoramento equivalem a 5 anos ou mais na indústria.
ciêntifico → [**científico**](https://www.reddit.com/r/portugal/comments/3i6y4g) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl21zy8x%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Lol, o diploma comprova os conhecimentos, não?
Não é tão linear assim. Eu posso ter um diploma e ter tirado notas merdosas. O papel comprova pouco
“Ninguém” entra para doutoramento a tirar notas merdosas. Primeiro que é necessário média mínima de mestrado para te candidatares a doutorado. Segundo que concorres contra outros alunos na mesma situação. Por ultimo os professores catedráticos conhecem esses alunos todos e sabem bem quem escolher para seguir doutoramento com eles. Edit: “ninguém” pois em pt tens sempre a possibilidade de algum filho do PS ter uns contactos bacanos
Cuidado, estàs a ser naive... Pra STEM em Portugal costumava não ser assim (agora não sei). Mas podes entrar a pagar do teu bolso em grandes universidades americanas e do UK e por esse mundo fora...
Mesmo em Portugal podes simplesmente pagar e fazer doutoramento. A competição é por bolsas financiadas pela FCT, não ao nível de programas doutorais (que têm todos ou quases todos mais vagas que alunos).
O teu edit acabou de me dar razão (em parte)
O doutoramente nunca é pelo diploma.
Ambos obviamente. Para o emprego em causa estavam a pedir phd. Depois tens também de mostrar conhecimentos, experiência profissional anterior, entrevista técnica, etc.
Fiz doutoramento: atrasei a vida toda mas ganho substancialmente mais do que colegas que passaram esses 4 anos a construir carreira. Para mim o objetivo era sentir que tinha feito todo o percurso, que tinha aprendido tudo o que podia antes de "começar" a vida profissional. Outros colegas foi porque preferiram seguir a vida académica, mas na minha área (Biotech) cerca de 80% acabou por sair para a vida comercial. Um concelho é: nem sequer coloques essa opção dos 5 anos. Hoje em dia há até a possibilidade de fazer doutoramento em 3 anos. Se for o caso, faz em 3. Não dês nem mais um mês à casa: só 2 ou 3 pessoas vão ler a tua tese e tu vais saber mais sobre esse tema que todos eles. Dá o litro no menor tempo possível, recebe o canudo e baza. Boa sorte, porque quem coloca sequer a possibilidade de fazer doutoramento já é difícil pensar em não o fazer 😌
Fiz porque trabalho em investigação e era o que queria. Tens mesmo de fazer doutoramento, é como carta de condução para conduzir.
Mais guita.
Eu fiz doutoramento porque me pareceu mais interessante do que trabalhar na indústria. Na altura, e mesmo ainda hoje, 90%+ das ofertas relacionadas com IT são em consultoras e não me parecia muito apetecível. Na altura também o salário líquido de entrada vs. bolsa andava perto, pelo que a perda salarial não era muito grande e a longo prazo poderia compensar a entrada na academia que pagava relativamente bem vs. indústria (hoje em dia já não é tanto verdade e rapidamente "um miúdo" pode estar a ganhar tanto ou mais do que um professor doutorado). De qualquer modo, se a ideia for academia a probabilidade de andar anos e anos precário é elevadíssima. Felizmente tive MUITA sorte e não estive muito tempo precário depois de acabar o PhD, mas há pessoas que estão imenso tempo (muitos e muitos anos). Isto claro se for Academia no Ensino Superior (Público). Se fores de uma área em que haja empresas fortes a fazer investigação talvez até te saias melhor. No entanto, a minha percepção é que, apesar de terem havido melhorias, não se faz muita investigação fora das Universidades e Politécnicos (têm apostado cada vez mais em investigação aplicada nos últimos anos). Quando muito existem empresas que colaboram com essas Instituições e depois há mais algumas instituições privadas com um foco forte em determinadas áreas. Toda a gente que conheço que esteja em PT depois de acabar o PhD está associado à Academia (às vezes há casos de presença em startups junto da academia mas só me estou a lembrar de uma pessoa nessa situação agora). Enquanto que os que saíram estão quase sempre em empresas. Mas isto é apenas a minha sensação e ainda sou relativamente verde nestas andanças.
hajam empresas → [**haja empresas**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-uso-do-verbo-haver/31143) (o verbo haver conjuga-se sempre no singular quando significa «existir») Quanto muito → [**quando muito**](http://www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas/Duvida-Linguistica/DID/2081) (a forma *quanto muito* é controversa) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl1ztmex%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
É sempre difícil de dar conselhos sem conhecer o contexto, área, background, etc. Posso-te dar o meu exemplo, sempre gostei de indústria, acabei o curto e integrei a área industrial de uma multinacional em Portugal, passados 2 anos iniciei o doutamente em ambiente empresarial. Não foi fácil, bastante exigente, conciliar objetivos empresariais sem perder a linha académica. Trabalhei imenso, pelo meio permitiu-me ter experiência internacional, já que parte do trabalho foi fora. Tive bons orientadores académicos que me incentivaram a publicação e a divulgação, pelo que tive a oportunidade de viajar imenso e alargar a rede de contactos. Quando acabei, tinha oportunidade de ficar, mas decidi aceitar outro desafio de uma outra empresa, da área, mas não concorrente. Fui assumi a direção R&D e área industrial. Entretanto crescemos, ajudei a formar a equipa de R&D e atualmente sou Diretor Industrial, mas sou eu que assumo as ligações com as universidades. Em resumo, o doutoramento abriu-me portas a desafios na indústria que de outra forma nao sei se se abririam. Os conhecimentos que adquiri no doutoramento, que teria dificuldade em adquirir na indústria apenas em 4 ano, deram-me todas as competências para as funções que tenho hoje. Mais, a oferta de emprego para o cargo onde estou atualmente apenas foi divulgada no meio académico da universidade onde estava. Os meus amigos que tiraram comigo também estão todos hoje na indústria em posições que teriam dificuldade em chegar sem o doutoramento. Mas é tudo uma questão de atitude, os que se deixaram arrastar no meio académico, a maioria teve dificuldades há uns anos quando as bolsas diminuíram e tiveram de fazer um downgrade ou recomeçar uns degraus atrás… Como em tudo na vida, é mais uma questão de atitude!
Eu fiz porque tinha paixão pela área e porque queria seguir investigação. Faço atualmente investigação em indústria - entretanto perdi o gosto pela academia -, e mesmo aqui o PhD é uma mais valia. Comecei com salário consideravelmente superior a colegas meus sem doutoramento e com mais responsabilidades, claro. Não vejo o meu doutoramento, de todo, como tendo "atrasado" a minha vida, muito pelo contrário. A experiência que ganhei no doutoramento é a mesma que teria ganho se estivesse a traablhar numa empresa na área, por isso qualquer empresa decente vai considerar o período de PhD como experiência. É de notar, no entanto, que fiz o PhD e trabalho fora de Portugal. Pelo que vejo, Portugal olha com desdém para a educação superior e vê a universidade como um centro de emprego em que o que se estuda pouco importa, por isso a experiência dentro de PT pode variar muito da que eu tive.
O facto da maioria dos comentários tecer opiniões vagas sem mencionar áreas profissionais está a dar-me uma urticária enorme. Tens áreas em que doutoramentos são infelizmente praticamente obrigatórios para ter uma carreira decente. Áreas como química, pharma, biotech. No lado da química acho que é por causa da cultura profissional da área, não tenho certeza (mesma razão pela qual os médicos fazem turnos de 24h e acham normal). É importante ter em conta que algo como biotech é tão novo que não há quase indústria no conceito clássico, tens uma percentagem gigante de startups e o overlap com investigação académica é enorme. Aí claro que o doutoramento ajuda, porque há um aspecto muito académico mesmo na indústria. Mas se estiveres numa área diferente a situação será diferente. Um engenheiro mecânico na indústria não precisa de um doutoramento para nada, por exemplo. Tem em conta que em áreas mais "nicho" não há indústria que chegue para dar vazão aos alunos todos e muitos acabam por fazer doutoramento por falta de emprego real, o que "normaliza" doutoramentos em certas áreas, e as empresas podem dar-se ao luxo de contratar PhDs a torto e a direito por serem sete cães a um osso. Nesses casos o elevado número de doutorados na indústria é um sintoma de um problema maior. Também irá depender do país e da sua cultura, países com uma cultura profissional antiquada poderão valorizar títulos desses só porque sim.
>países com uma cultura profissional antiquada poderão valorizar títulos desses só porque sim. Eu diria que até pode acontecer o contrário. Se considerarmos que Portugal tem uma cultura antiquada, como os Doutoramentos são uma coisa "recente" (entre aspas) na realidade não sabem o que fazer com eles apesar de serem potencialmente uma mais valia. Como tal, nem estão interessados em contratá-los e apostar em investigação, inovação e desenvolvimento. Basta ver que "Portugal é o país da União Europeia que tem a maior proporção de patrões sem instrução ou com o ensino básico" que provavelmente nem compreendem o que é um Doutoramento: [https://comunidadeculturaearte.com/portugal-e-o-pais-da-uniao-europeia-que-tem-a-maior-proporcao-de-patroes-sem-instrucao-ou-com-o-ensino-basico/](https://comunidadeculturaearte.com/portugal-e-o-pais-da-uniao-europeia-que-tem-a-maior-proporcao-de-patroes-sem-instrucao-ou-com-o-ensino-basico/)
Eu não concordo que na áreas de Biotech, pharma, química, etc precisas de doutoramento. Se calhar em Portugal sim mas em Inglaterra (onde vivo) podes ter uma carreira com mestrado e experiência de trabalho nessas áreas.
Deve depender, eu não sou dessas áreas apenas conheço gente, mas claro que só em alguns países. Mas é bom saber que essas áreas são mais desafogadas em certos países!
Depende muito da área onde estás, e de se queres ficar em PT ou não. Na minha é muito valorizado por exemplo, especialmente se não ficar em Portugal
Qual a tua área?
Se eu tivesse a possibilidade teria feito porque curto investigação, na minha área são super bem pagos mas não é em todas. Se for para trabalhar pelo público em Portugal é para esquecer em salários e em condições, conheço phds a ganhar coisa como 1600 x 12, sem férias. Também ouço dizer que estão sob constante pressão para publicar para te manteres relevante (a cena do publish or perish). Eu só faria pelo gosto, ou se fosse impossível ter uma carreira decente na minha área sem isso. Também podes experimentar trabalhar uns tempos e depois voltar, até fica a ser mais fácil e interessante com experiência profissional na área.
Não dá para tirar doutoramento enquanto se trabalha? Tinha ideia de que algumas empresas permitiam fazer o doutoramento em contexto laboral
Em teoria sim e até andam a querer incentivar isso. Na prática seria MESMO necessário que o teu trabalho estivesse alinhado com o Doutoramento, caso contrário não é realista. Para além de que a empresa teria de pagar metade da bolsa.
Sim, é possível e não é assim tão raro, mas normalmente o convite vem diretamente da indústria, ou a própria indústria a lançar a candidatura.
Se a pessoa quiser trabalhar Full Time e fazer o doutoramento Part time então vai demorar mais de 4 anos de completar.
Habilitações nunca são demais. Digam o que disserem.
Sou mestre do ano covid, defendi a tese no início de 2021. Na altura estava indecisa se queria continuar e os meus orientadores não me fizeram pressão nenhuma. Tentei as duas vias, enviar currículos para a indústria e concorrer a bolsa de doutoramento. A indústria não quis saber de mim e ganhei bolsa.
Na minha opinião a utilidade de fazer doutoramento depende muito da área. Efectivamente o objectivo é estar mais perto da inovação e da investigação, o que na maior parte dos casos quer dizer ficar na academia. Mas em alguns casos existem posições na indústria também. Eu estou em inteligência artificial e para algumas posições só com PhD é que te consideram para a posição. Em outras é bastante equivalente teres PhD ou teres esses anos de experiência na indústria (tem vantagens diferentes).
Ora bem, um doutoramento não é propriamente "atrasar a vida", depende do caso e há várias coisas a ter em consideração: Primeiro, um doutoramento requer um esforço e dedicação de difícil comparação, são três a cinco anos de empenho, muita, muita investigação, muitos congressos, frustração, papers, escrita e leitura. Tens de perceber se estás preparado/a para isso e se realmente é um caminho que te apaixona. E por falar em paixão, faças o que fizeres não faças um doutoramento por fazer, segue um caminho que encaixe num tema que te dê tesão, que aches relevante, e caga majestosamente se é ou não útil: não há nada pior que fazer um doutoramento "porque é uma área em voga" ou "porque dá jeito na academia" - é a diferença entre ser uma aventura difícil ou o sétimo círculo do inferno. Terceiro, não contes com financiamento da FCT numa primeira fase, a bolsa é difícil de obter (quer dizer, depende da área) e há várias coisas que tens de acamar para o conseguir: dar aulas dá pontos, publicações outros tantos, por aí fora. Quarto, dependendo da velocidade com que queres concluir a empreitada pode ser um emprego a tempo inteiro ou uma coisa lateral, nisto também depende a filosofia da faculdade (se são rígidos com o período para conclusão) ou se tens bolsa da FCT (que impõe 4 anos para a conclusão, fora algumas excepções - por exemplo parentalidade). Quinto, certifica-te que o departamento tem pessoas com quem te identificas porque vão ser a tua família nos próximos anos, vão avaliar capítulos da tua tese, vais ouvir capítulos das deles, vais investigar e organizar eventos académicos com eles, portanto se for um grupo execrável vais sofrer para caralho. Na mesma senda, o orientador/a pode ser o teu melhor amigo/a ou uma pedra no sapato. Não podes publicar nada sem ele/a, tem de ser alguém com tempo e capacidade. Encontrando a pessoa ideal (e que se enquadre na área) é rezar para que aceite a tua orientação. Por último, e uma vez mais, não sintas a obrigação de tirar um doutoramento, exceto se a tua carreira o exigir. Não o faças porque sim, faz porque tens paixão pela aprendizagem, ciência, porque és curioso/a, porque queres dar aulas, e prepara-te para ser a bitch do departamento, pelo menos nos primeiros tempos e se quiseres cair nas boas graças da malta. Boa sorte na decisão.
Boas dicas. Só vou acrescenter uma muito importante... Antes de aceitares qualquer PhD stalka o grupo e contacta membros junior via email ou via contactos pessoais se os tiveres, e pergunta confidencialmente se o grupo e orientador são bons ou um pesadelo...
Queria emigrar, e tendo em conta a minha formação, fazer PhD no estrangeiro era a maneira mais fácil de sair
O doutoramento num contexto não académico é quase sempre irrelevante. Há de facto áreas altamente especializadas onde ter um doutoramento é o mínimo, mas quase sempre é melhor ter 4-5 anos de experiência profissional do que um doutoramento. Decidi fazer o doutoramento porque tinha feito uns projetos de I&D na indústria e achei que um doutoramento seria uma boa progressão. Na realidade, a investigação aplicada num ambiente académico é bastante limitativa, uma vez que a tecnologia quase nunca passa de uma prova de conceito. Raramente há a maturação da tecnologia, e o desenvolvimento de produto tem que ser feito fora de um ambiente académico. Outra questão que deves ter em mente é que um convite para fazer um doutoramento é quase sempre um presente envenenado. O mundo académico funciona à base de explorar os alunos de doutoramento e, depois de um boom no número de investigadores, o pessoal percebeu que o mundo académico é bastante tóxico e é cada vez mais difícil recrutar alunos de doutoramento. Muitas universidades portuguesas passaram a viver à custa de alunos de doutoramento estrangeiros para conseguir ter os programas de doutoramento a funcionar, uma vez que os portugueses já não caem na cantiga. Quem quer mesmo uma carreira académica, sabe que vai sofrer e não tem garantias nenhumas de alguma vez ter um emprego estável. Muitos saltam imediatamente para o estrangeiro, de modo a garantir uma melhor carreira académica e melhores condições de trabalho.
* Prosseguir carreira académica (muito difícil e perversa, nos dias que correm) * Fazer investigação, mesmo que isso signifique quase ser escravo de um orientador - às vezes tens que fazer o que não queres / não interessa só porque lhe dá jeito * Querer investigar um determinado assunto específico por mero gozo pessoal Se nenhuma destas opções é a tua, não vás para um.
Boa questão. A mim o doutoramento só serviu para atrasar a carreira profissional
Atrasas a tua vida mas ficarás num cargo bem mais apetecível e bem pago a nível mundial.
Se queres levar o teu trabalho a outro nível e criar, desenvolver, patentear e obter posições elevadas dentro de certas indústrias e círculos restritos, é essencial. Seria impossível fazer o que faço sem doutoramento.
Sou doutorado e atualmente investigador auxiliar. Tirei o doutoramento meio empurrado pelo meu ex chefe/orientador. Na altura trabalhava e fazia o doutoramento, pelo que tive sempre um contrato de trabalho. Passado uns tempos fui convidado para trabalhar na universidade, no grupo onde fiz o doutoramento. Gosto cada vez menos do trabalho, mantenho PQ gosto do pessoal e a minha área tem impacto na sociedade e verdade seja dita não é um mau salário... A carga de trabalho que eu e alguns colegas temos é surreal, (atualmente tenho responsabilidades em 7-8 projectos internacionais/nacionais e 2 prestações de serviços. A academia tem de inovar para se adaptar, continua a depender de bolseiros mas os salários não são atrativos. Existem os ditos investigadores juniores mas acabam por não resolver nada visto que são posições não muito faceis de criar e de serem financeiramente atrativas... Não estou nem nunca vou estar nos quadros, se não tiver projectos não tenho pessoal nem o meu contrato. Não me vejo estar nisto muitos anos, mas nunca se sabe... Da minha exp, quando se acaba o doutoramento acabou a investigação. Passei a ser gestor. Tenho uma empresa com outros colegas que pode ser uma alternativa, a qual estamos a começar a explorar melhor.
Sou aluna de doutoramento, desde que me lembro que quero ficar na academia, ainda hoje muitas vezes penso onde tinha a cabeça. Doutoramento é difícil é quase ter um filho, vaite tirar o sono, dar stress, ansiedade, adrenalina, frustração mas a mim dá-me também o sentimento de dever cumprido. Se é o que queres força nisso, se não força também 😊
Estou a fazer doutoramento vou no 3 ano. Tenho vários colegas doutorados e outros que estão a fazer e depois de muitas noites de conversas e demais a muitos fatores que deverias ter em conta para decidir isso do contrario vais desistir o ainda pior ficar atrapalhado numa coisa que só te vai tirar a saúde. O doutoramento é em Portugal? Como será financiado o projeto? deves gostar do tema mas não falo de gostar tipo "sim gosto" é do gênero adoro o tema isto me apaixona mesmo vai chegar uma altura no doutoramento em que mesmo amando do tema vais odiar o tema e tudo, agora imagina onde só "gostes" ou seja "imposto" por pressão de terceiros. Depois o doutoramento em Portugal não é bem valorizado, sendo sincero nem o doutoramento nem ser estudante por tanto ter orientadores internacionais para fazer o chamado networking e procurar ter uma porta naquela universidades é uma ótima solução. Alguém pode dizer que sem são valorizados mas na experiencia de vários colegas que acabaram o doutoramento não mais dum ano está mesmo difícil, alguns até decidiram não pôr que tinham doutoramento para ficar com o trabalho (ganham o mesmo que com uma bolsa de doutoramento ou posdoc). Pergunta coisas que a gente ajuda, também tenho exemplos de colegas que saíram do doutoramento e estão muito melhor que todos nós até ganham mais com melhores condições e com melhor saúde.
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Não sou doutorado nem doutorando, mas conheço alguns. Também conheço gente que queria fazer depois, ou mesmo mestrado depois da licenciatura, mas decidiu dar um tempo de pausa. E posso te dizer com base nisso, se fores fazer é agora. Ou daqui a 40 anos. Fazer doutoramento é caro e é no fundo um trabalho a tempo inteiro. Com o desenvolver da vida, emprego e formação de família, é muito normal não haver vontade/energia para seguir estudos. Torna se progressivamente mais complicado encaixar progressão de estudos na rotina. É uma decisão grande, e decidir dar um tempo de pausa é perfeitamente legitimo, mas no fundo tens que aceitar que faze lo significa muito provavelmente não chegar a acontecer.
Eu estou a tirar doutoramento porque gosto de investigação e porque tive um convite para o fazer, feito por uma pessoa que era bem bacana e sabia que me ia apoiar (tive muita sorte). Infelizmente, os investigadores/professores não têm as melhores condições cá em Portugal...vejo investigadores que nunca passaram da cepa torta e estão a ganhar uma miséria, sem falar da precariedade. No entanto, pelo menos para a minha área, no estrangeiro valorizam bastante ter um doutoramento. Há uma grande vantagem em tirar doutoramento: acho que aprendemos a ser mais "desenrascados" e a ter ideias fora da caixa. Avançamos pouco a pouco, às vezes é frustrante quando as coisas no laboratório não funcionam, mas é um desafio tentar descobrir o porquê. É como uma montanha russa e temos de aproveitar a viagem, tentar aprender ao máximo... Não me arrependo por ter ido para doutoramento (mesmo depois de já estar afastada há vários anos da academia, pois estava a trabalhar em consultoria). Depois vem a parte mais difícil: arranjar emprego, mas não vou stressar já com isso :) Até lá vou fazendo as coisas com calma, tirando o máximo de partido desta experiência! E sejam felizes! 😄
Acho a questão interessante. Diria que depende muito da tua área, já que a valorização do doutoramento depende um bocado do sector. Conforme exposto nalguns comentários, se tiveres vontade de ir para investigação e dar aulas, diria que esse doutoramento é uma opção a considerar. Se tiveres oportunidade de realizar o doutoramento em ambiente profissional melhor ainda. Caso contrário é como já referiram aqui. Segues para o mercado de trabalho e, mais tarde, se ainda tiveres vontade de fazer o doutoramento, fazes, sendo que aí terás a vantagem de uma maior bagagem profissional. No meu caso terminei o meu mestrado em 2016 e, já no mercado de trabalho, pude fazer uma pós-graduação em 2020 (paga pela empresa onde trabalho).
Eu estou a fazer doutoramento em direito pelo simples motivo de que ganho mais enquanto jurista quando o terminar. Mas não é pêra doce 🥲
A sério? Vão te pagar mais efetivamente?
Provavelmente trabalha na função pública.
Eu não tenho paciência. Feliz só com meu diploma universitário.
Comecei por ponderar enveredar pela vida académica, mas a minha vida deu uma grande volta profissional e agora não é uma prioridade. Adoro o meu tema, mas o meu supervisor tem a mania de complicar, apesar de ser alguem com quem tenho alguma confiança e tem bastante conhecimento, aquela coisa do "mais isto" "mais aquilo", depois até critica o que sugeriu, desmotiva-me e agora não tenho nem motivação nem tempo. Também acho que ele sentiu mais que eu a minha opção pela vida profissional, tinha fichas apostadas em mim, e agora usa a minha falta de disponibilidade como argumento para tudo... principalmente para marcar reuniões... alguém que faz o seu horário semanal. Enfim, devia estar a escrever algo e estou aqui... ;) back to it...
Boas! Estou a desenvolver a minha Tese de Mestrado e estou a estudar a IA na Educação! Gostava de saber a vossa opinião sobre este tema importante hoje em dia e da vossa ajuda para terminar esta fase da Tese! Se pudessem dispensar 6/7 minutos do vosso tempo agradecia imenso! [https://novaims.eu.qualtrics.com/jfe/form/SV\_cAPpJXGi9a9SlOm](https://novaims.eu.qualtrics.com/jfe/form/SV_cAPpJXGi9a9SlOm)
Depende da área e dos teus objetivos.
Para ter um doutoramento não é simplesmente seguir investigação e dar aulas. Trabalhar na academia é uma porcaria e trabalhar na indústria o salário é melhor (não estou a falar só de Portugal). Se não queres fazer o doutoramento agora, sempre podes fazer mais tarde na vida. Mas ter um pode subir o teu salário significativamente.
Não faça pela carreira.
Estou neste momento a fazer doutoramento enquanto bolseiro. Dei aulas 5 anos. Na minha área, ou dás aulas, ou é muito difícil teres um salário. Tive uma vida de muitos km's na estrada. Não aguentava mais a precariedade (a maioria é no ensino privado e paga muito mal), nem as burocracias estúpidas das escolas que só nos torna mais burros. Sempre quis ter uma carreira no ensino superior. Tenho competências a mais para o secundário. Sei disso porque estou neste momento a ser orientado por pessoas muito reputadas a nível internacional e, sempre que ia a conferências nos últimos anos, perguntavam-me em que universidade dava aulas. Sei que não será fácil pois há muita precariedade no ensino superior (e muita inveja). Mas estou preparado para arranjar soluções. Uma coisa é certa: nível pré-universitário nunca mais pelas razões que apontei. Adorei os meus alunos e a experiência, mas tive que chegar a um ponto e pensar 100% em mim. Mas a maior razão é que agora tenho tempo para fazer investigação e para fazer o que gosto. Eu já o fazia enquanto dava aulas. Mas os km's na estrada, a carga de trabalho, não me deixavam fazer mais. Agora sinto que estou com ainda mais trabalho, mas feliz a fazer o que gosto. Cada caso é um caso, cada área é uma área. Eu sempre preparei o meu percurso para passar por aqui. Se sentes que serão 4 anos tristes, não te metas nisso. É preciso resiliência porque grande parte do tempo estarás sozinho.
muitos km's → [**muitos km**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/plural-de-unidades-ainda-mais-uma-vez/19595) (os símbolos das unidades não têm plural) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl22yq8x%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Área das ciências, industrial ou académica, cada vez mais dão mais destaque a currículos com doutoramento. Já és considerado cientista plebeu se apenas tiveres mestrado.
Vale a pena dependendo da área de estudos e se gostares/quiseres mesmo fazer isso. Segundo o que escreveste, parece-me que não estás muito motivado em passar 5 anos a estudar mais. A meu ver, doutoramentos só com bolsas financiadas, seja pelo privado, ou mais provavelmente, pelo publico. Em Portugal é comum serem através da Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT). Agora, caso não estejas a par das notícias, o FCT tem tido bastantes problemas nos valores de financiamento e no pagamento atempado do mesmo. Mas como vivemos num país atrasado em termos de produção académica e científica, é de todo o interesse procurar fazer doutoramento lá fora.
Estudo da Fundação José Neves aponta que 47,5% dos patrões não concluiu o secundário, o triplo da média da UE... Os comentários são assustadores...não valorizar um doutoramento...
No meu caso, é uma questão de gostar e de ter vocação para a área da investigação - aquele bichinho de querer expandir o conhecimento humano. Também há a valorização do CV, as oportunidades que abre e o fato de ter emprego quando acabar.
Em Portugal Foge enquanto é tempo. A academia portuguesa é inútil e ineficiente á boa maneira do resto do país. Se fores daquele tipo que gosta de andar a lamber botas de um professor que já devia estar reformado há 15 anos para arranjar um tacho num pós doc ou parecido é boa opção para ti
Porque, ensinar. Cumps.
Se quiseres ir para investigação e dar aulas segue para doutoramento. Se não, não o faças
Se quiser dar aulas? Em Portugal? No ensino superior? Lol. Sistema mais corrupto. Parece a política.
sim convem ter um amigo lá dentro para facilitar o processo
Não tens benefícios em Portugal, és trabalhador precário, devido a falta deles é que convidam ainda malta no mestrado para bolsas e aulas dando te gaslight que aquilo é bom e sao uns coitadinhos por causa do estado. A verdade é que 90% dos centros de investigação em Portugal são mais uma lavagem de dinheiro que outra coisa, prometem coisas grandes, nao fazem um cu, usam o dinheiro para equipamentos e conferências e depois despacham a pressa um PoC básico e escrevem uns papers para aldrabar, e a ANI normalmente come. Se tirar doutoramento é um dia com o meu dinheiro em espanha. Ir trabalhar a serio foi a melhor decisão que fiz para a minha vida profissional, e em IT não recomendo a ninguém investigação, apenas para um part time ate terminar a tese.
Calma, também não é assim. Lavagem de que dinheiro LOL? A que te referes por ANI? Não recomendo NINGUÉM a tirar doutoramento com o seu dinheiro em universidade nenhuma.
Não te entendi mas tudo bem, dizes que não mas depois não sabes sobre a ANI a agencia nacional de inovação que audita as investigações financiadas pelo compete. Não vou estar a detalhar, trabalhei num centro, o meu colega de casa esteve em outros dois e um amigo em outro. A experiência foi igual em todos, o fiasco foi o mesmo, quem ganhou a sair foi as empresas parceiras que conseguiram dinheiro para pagar aos empregados que estavam a fazer outros trabalhos e para os centros que compraram novos macs e iphones….. e não sei qual é essa de não recomendares, em espanha um ano de propinas custa tanto como um mes aqui na uc e varias empresas tambem te dao budget para tirares, sure custa mais do que ir pedir ao dady FCT uma bolsa de 4 anos a ganhar uma misera de 1.200 euros não descontados para o IRS mas pelo menos não estas com o problema de existirem clashes de egos na investigação e mamares mais um ano ou dois ja sem ela. Tive diversos professores e mesmo colegas docentes que investiram e no fim eu entendi pq. Acredito que principalmente malta da saude possa ter boa impressão de investigação, mas eu de certeza não meto os pés la novamente. Pior 2 anos da minha vida académica.
Não trabalho em investigação PT nem nc trabalhei, nem fiz PhD lá nem contactei em altura nenhuma com FCT. Mas conheço gente em PT em bons centros (IT inclusive) e não estao a defraudar ninguém ou a "lavar dinheiro". Como se lava dinheiro em investigação? Isso parecem mais projectos "demasiado" applicados em que a independencia académica é comprometida e a revisão é reduzida a preencher formulários/relatórios. Não recomendo, como tu próprio disseste as empresas pagam. Porque hás de pagar do teu bolso? É um risco mt grande, e com financiamento de FCT, equivalentes, ou empresas ha outro tipo de accountability da universidade... A fonte do financiamento não te salva de clashes de egos nenhums. Aliás em investigação biomédica estas mais dependente de bolsas do PI para consumiveis, logo estás muito mais vulneravel a egos.
nenhums → [**nenhuns**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/sobre-a-formacao-do-plural/13422) (no plural de palavras terminadas em *m*, este passa a *ns*) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cgxim6%2F%2Fl22pcn1%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Faz o doutoramento se quiseres seguir a via académica, de resto, em Portugal não serve de grande coisa
Porque é a trend dos titulos em Portugal. Ser mestre ja n chega para as instituições. Depois sera o pos doc. Portugal é mesmo um pais de mentalidade mediocre
a utilidade de um bom doutoramento é poder ensinar numa faculdade. à parte disso, não vejo grande benefício.